Por John Irish
MUNIQUE, Alemanha (Reuters) - A China irá apoiar uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para fazer a Coreia do Norte "pagar o preço" de seus lançamentos de foguete recentes, disse o ministro das Relações Exteriores chinês à Reuters nesta sexta-feira, acrescentando que o objetivo é levar Pyongyang de volta à mesa de negociações.
Wang Yi ainda afirmou estar preocupado com a possível mobilização do sistema de mísseis Defesa Aérea Terminal de Alta Altitude (THAAD, na sigla em inglês) dos Estados Unidos na Coreia do Sul, dizendo que ele também pode ser usado para visar a China.
A Coreia do Norte sofre sanções da ONU desde seu primeiro teste nuclear de 2006. O país realizou mais três testes atômicos desde então, o mais recente no mês passado, e diversos lançamentos de mísseis balísticos.
Washington e Pequim pareceram divididos quanto à maneira de reagir à Coreia do Norte, mas os norte-americanos clamaram por sanções mais rígidas e os chineses enfatizaram a necessidade de diálogo.
Entretanto, Wang afirmou à Reuters em uma entrevista em Munique que é hora de uma resolução "forte" abrangendo uma ampla gama de assuntos.
"Apoiamos que o Conselho de Segurança da ONU tome novas medidas e adote uma nova resolução para que a Coreia do Norte pague o devido preço e para mostrar que há consequências para seu comportamento", declarou o chanceler através de um intérprete.
A China tem insistido em dizer que já faz grandes esforços para obter a desnuclearização da "península coreana" e já rejeitou o que chama de "especulação sem fundamento" sobre sua posição em relação a Pyongyang em reação aos comentários de algumas autoridades dos EUA, segundo as quais os chineses poderiam fazer mais.
O Conselho de Segurança da ONU está debatendo uma nova resolução. Diplomatas afirmam que os norte-americanos vêm pressionando por medidas mais austeras para atingir não somente os programas de mísseis e de armas atômicas da Coreia do Norte, enquanto a China quer que quaisquer ações futuras digam respeito à questão da não-proliferação.
(Reportagem adicional de Warren Strobel)